segunda-feira, 11 de outubro de 2010

HERANÇA

Confesso que os motivos pelos quais escrevo essas palavras, não são os mais alegres. Fiquei chateado com algumas coisas que estão acontecendo e por isso vou usar esse tema para expressar meus pensamentos. Quanto você quer para ter seu passado apagado, principalmente às coisas boas dele, como as maravilhosas lembranças da infância? Como se você nunca tivesse vivido nada. Apenas lembrando o agora em diante? Meio cruel não é verdade? Talvez a maioria de nós, temos ou tivemos avós que moraram no interior e sempre quando dava, íamos para lá para passar férias e tudo mais. Bem, eu amava ir para a casa dos meus avós maternos. Pescava pitú com laço, plantava, colhia, chupava cajú em cima do próprio cajueiro, assava milho no fogão à lenha, tomava banho de rio e ouvia nossas mães dizer que tomar leite e chupar manga fazia mal. Vou resumir aqui por que se não vou passar páginas escrevendo sobre essas coisas tão maravilhosas que vivi. Mas de repente você vê todas essas lembranças irem embora pelo ralo da sua memória. Querem se desfazer daquele santuário das nossas infâncias. Por isso fiz a pergunta acima. Também lembrei da história dos gêmeos Esaú e Jacó. Onde Esaú vendeu o direito de ser abençoado pelo pai (isso era de um valor inestimável) por um prato de lentilhas. Desprezando assim a herança. A herança que me refiro aqui, não são coisas materiais e sim as coisas pessoais que trazemos dentro de nós. Por toda a nossa vida. Perder essa herança é perder a identidade de uma vida. Tente imaginar não poder mais pisar no chão onde corríamos para nos divertir. A única coisa que podemos é passar em frente e sentir apenas aquele aperto no peito. Lute pela sua herança ou como posso chamar, sua identidade de vida. Tire tempo para, mesmo em apenas lembranças, reviver esses momentos que são seus. Repasse para todas as gerações e preserve esse bem tão precioso que é nossa herança de vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário