sábado, 13 de novembro de 2010

ECONOMIA OU MESQUINHEZ

É interessante que a definição dessas duas palavras podem não ser até semelhantes, mas muitas pessoas associam as duas coisas como sendo a mesma coisa. Eu também imaginava que era a mesma coisa. Mas com o passar do tempo, passei a ver e entender a grande diferença, ou posso chamar de abismo entre as duas coisas. Eu sempre achei que meus pais eram mesquinhos. Meu pai tinha um comércio (que depois de anos, passou para o nome do meu irmão mais velho, que é outra história) e por ter um comércio, imaginava que poderia conseguir, ou ter as coisas que eram novidades. Meu pai comerciante, cheio do dinheiro e podendo tudo, era isso que passava na minha cabeça. Coisa de criança. E realmente é coisa de criança. Existe até aquelas palavras que já ouvi e como acho engraçado, vou falar. “Como queria ter as mulheres que minha esposa acha que eu tive, ser bonito como minha mãe acha que eu sou e ter o dinheiro que meu filho acha que eu tenho. ” É verdade! Sempre achamos que nossos pais são estribados. Quando postei falando sobre CONQUISTA, comentei sobre a história das três garrafas. Vou falar sobre elas. Meu pai, jovem recém chegado em Belo Horizonte, assim como filosofou Belchior, apenas um rapaz latino americano, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior, assim aconteceu com meu pai. Prometeram mundos e fundos quando ele chegasse em BH. Passou a morar de favor com um tio meu (irmão da minha mãe) e como não tinha emprego, viu encostado as três garrafas. Com muita fome, levou as garrafas para trocar por um café em um bar próximo. O dono do bar negou trocar as garrafas pelo café. Ele recolheu as garrafas olhou para elas e disse: “Vocês serão testemunhas que nunca mais na vida precisarei passar por essa humilhação(Pai, perdão se não foram exatamente essas palavras).” Com a lição das três garrafas ele aprendeu a ser econômico e sempre planejava para que não faltasse o básico. Coisas desnecessárias, eram passadas por alto pelo meu pai. No entanto ele sempre nos deu o básico, mas de muita qualidade. O contraste é bem interessante. Conheço uma pessoa que ganha uma aposentadoria generosa, falo de coisas como R$ 2.500,00 (13/11/2010 coloquei a data para ficar registrado o valor na data atual)e deve ter mais de R$ 150.000.00 no banco. Mas quando olha uma latinha de cerveja no chão, apanha para vender. Daqueles que respiram por que o ar é de graça. Esse tipo de absurdo é que considero a mais das clássicas mesquinhezes. Não apenas gostaria de parabenizar meu pai pela atitude inteligente que usou suas economias e nos criou, mas reconhecer que a atitude dele foi vital para nossa família. Obrigado meu pai e desculpa pelos pensamentos insensatos de criança que tive.

Um comentário:

  1. Samuel , tem um comentário tosco de um tal de Albert Pike no teu post. Exclui aí essa @#$%¨&*. Seu post tá inteligentissímo, surpreendente. Valeu.

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